quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Carlos Drummond de Andrade

A bunda, que engraçada!!!!
A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica
Não lhe importa o vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avoluman-se, descem. Onda batendo
numa praia infinita
Lá vai sorrindo a bunda
Vai feliz na carícia de ser e balançar
Esfera harmoniosas sobre o caos
A bunda é a bunda
Redunda

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